RIO - Após um teste que eliminou, por falha na segurança elétrica, as cinco marcas de aspiradores de pó de maior presença no mercado nacional, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), chegou à conclusão de que os produtos representam um perigo para o consumidor. Foram avaliados os modelos Max Trio 1400W e Silencer 1400W da Eletrolux; focus 1300W e Golf 1300W da Mallory; e o modelo Boogy 1200W.
Segundo a Pro Teste, além da falta de segurança com risco a quem usa, eles ainda apresentam falhas que podem danificar os componentes do próprio aparelho. Foram testados os cinco aspiradores de pó convencionais, que aspiram somente pó, pois há mais oferta no mercado.
Entre os principais problemas, constatou-se que as peças dos aparelhos apresentam um aquecimento muito acima do permitido pelas normas de segurança de eletrodomésticos. Pode causar o derretimento dos componentes e até gerar curtos-circuitos internos.
O Arno Boogy apresentou aquecimento acima do permitido tanto no interruptor de recolhimento do cabo quanto no cabo de energia. No Electrolux Max Trio, a elevação da temperatura foi no interruptor que liga o aparelho e no fusível térmico. E os interruptores internos do Mallory Focus (no recolhimento do cabo de energia), e do Mallory Golf (no botão que liga o aparelho), também aqueceram mais que o permitido.
O único que estava dentro das normas nesse item do aquecimento foi o Electrolux Silencer, mas o produto acabou eliminado na verificação da fiação interna – que entra em contato com uma fenda de plástico que fere o isolamento do fio. Neste critério, o Boogy também teve problemas, pelo fato de a fiação do motor ficar presa em um corte no gabinete de plástico, o que danifica o isolamento. Em ambos os casos existe o risco de o isolamento do fio ser rompido e ocorrer um curto-circuito.
RUÍDO - Todos os aparelhos testados apresentaram ruído alto demais, mesmo o produto que se anuncia como sendo silencioso (o Eletrolux Silencer). A Pro Teste, desde maio de 2003, quando realizou seu primeiro teste com aspiradores de pó, reivindicava que fosse adotado o Selo Ruído para os aspiradores de pó.
O Conama, em parceria com o Inmetro, acabou por fim contemplando o eletrodoméstico na norma que obriga os fabricantes a informarem o nível de ruído de seus produtos.
Porém, o Selo Ruído, da forma como se aplica hoje - esclarece a Pro Teste - mais confunde do que ajuda os consumidores. Ele deveria funcionar como um atestado de qualidade, mas isso não ocorre, pois o consumidor não consegue saber se o ruído informado é alto ou baixo – a indicação sobre os decibéis não diz nada àqueles que não tem intimidade com a medida. Além disso, o selo não impede a comercialização de produtos, ainda que sejam tão barulhentos a ponto de poder causar uma lesão auditiva.
A Pro Teste sugere a criação de um selo parecido com o Selo Procel de Eficiência Energética, onde os aparelhos seriam classificados de A (mais econômico) a G (mais dispendioso). Embora isso não seja o ideal, já ajudaria o consumidor a ter uma referência sobre o ruído do produto que ele está adquirindo.
A Pro Teste também recomenda àqueles que já têm um aspirador de pó, ou se já possuem algum desses modelos, que utilizem o produto com o máximo de cuidado. Os aparelhos não devem ser deixados ligados por tempo prolongado, de modo a evitar o superaquecimento e até o derretimento das partes internas de seu aspirador.
E, se acontecer algo anormal, como surgir um cheiro de queimado ou sair fumaça de seu aparelho, desconecte-o imediatamente da tomada e ligue para o Serviço de Atendimento ao Cliente do fabricante.